As ações serão realizadas por 21 entidades culturais da cidade que, juntas, receberam investimento de R$ 2.880.000,00
Nesta quinta-feira, 26 de junho, foi lançado, e apresentado no Salão Azul da Prefeitura de Campinas, um novo ciclo da Rede de Pontos de Cultura (2025). Esse novo conjunto terá 250 ações realizadas por 21 entidades socioculturais, sendo 19 Pontos de Cultura e 2 Pontões, selecionadas por editais públicos por seus históricos de atuação na transformação social e no fortalecimento de territórios por meio da cultura.

Neste ciclo, foram investidos um total de R$ 2.880.000,00, recursos de emenda parlamentar impositiva de vereadoras e vereadores de Campinas: R$ 520.000,00, e recursos da Política Nacional Aldir Blanc/PNAB – PNCV R$ 2.360.000,00.
O evento de lançamento é uma correalização entre Prefeitura de Campinas, Ministério da Cultura e Pontões de Cultura NINA, Aquarela e Areté.
A iniciativa marca uma nova fase de investimentos em uma rede que já atua historicamente no município, com diferentes fontes de apoio e sustentabilidade, e que é reconhecida nacional e internacionalmente pelo pioneirismo e força territorial. Campinas é considerada o berço dos Pontos de Cultura no Brasil e América Latina, sendo referência para a criação da Política Nacional Cultura Viva, implantada pelo Ministério da Cultura a partir de 2004.
Além do lançamento, representantes dos pontos de cultura foram homenageados pela Prefeitura de Campinas e receberam certificados de reconhecimento pelo trabalho cultural que desenvolvem na cidade.
“O lançamento deste novo ciclo da Rede de Pontos de Cultura reafirma o compromisso histórico de Campinas com a cultura. Estamos falando de um investimento direto na transformação social, na valorização dos territórios e no fortalecimento de uma rede que é referência nacional e internacional. É uma honra para nossa gestão ampliar esse legado, ao lado da sociedade civil e do Ministério da Cultura”, afirma o prefeito de Campinas, Dário Saadi.
As ações incluem oficinas, cursos, mostras, espetáculos, formações e ações de valorização da memória e do patrimônio cultural. “Este novo ciclo de financiamento, para o qual nossos editais contribuem diretamente, é fruto da articulação entre a rede de Pontos de Cultura, o Ministério da Cultura, a Câmara de Vereadores e a nossa gestão. Fico feliz por estarmos consolidando, cada vez mais, o princípio da gestão compartilhada com essa rede tão potente, que há décadas constrói a Cultura Viva e projetou Campinas como berço dos Pontos de Cultura. Ações como esta geram benefícios concretos para a população, com acesso a atividades formativas, ações artísticas e culturais, além de espaços de convivência e criação em todas as regiões da cidade, reafirmando nosso compromisso com a cultura como um direito de todos”, afirma Alexandra Caprioli, secretária municipal de Cultura e Turismo.
Pontões de Cultura que articulam a rede Cultura Viva Campinas: NINA e Aquarela
O Pontão de Cultura NINA, também gestor da Sala dos Toninhos, localizada na Estação Cultura de Campinas, atuará em 2025 com o tema gerador “Campinas, berço dos Pontos de Cultura para a América Latina”. A iniciativa inclui a realização de cursos, seminários e uma mostra cultural, em parceria com a rede dedicada à história e à filosofia da Cultura Viva, reunindo protagonistas que marcaram essa trajetória. Além disso, o Pontão desenvolverá ações de articulação internacional, conectando-se com redes culturais de diversos países da América Latina.
“Estamos reafirmando a origem e o papel de Campinas na criação dessa política pública. É hora de dar visibilidade a quem construiu essa história e fortalecer a rede e suas conexões internacionais”, afirma Everaldo Cândido, coordenador do Pontão NINA.
Já o Pontão de Cultura Aquarela, com sede na Região Sul da cidade, no bairro Chácara Campos Elíseos, atuará com foco na criação de acervos e memórias através de documentários dos Pontos de Cultura e no início da implantação de um museu dedicado à trajetória da rede em Campinas. Também prevê um cardápio de formações e troca de saberes entre os pontos.
“Desde o final da década de 80, trabalhamos pela promoção da cultura e artes na periferia e protagonismo das minorias. Este ciclo de financiamento vem consolidar nossa caminhada de mais de 40 anos e fortalecer nossa ação em rede”, diz Mestre Marcos Brytto, coordenador do Aquarela.

Histórico pioneiro de Campinas
Campinas foi a primeira cidade do país a reconhecer oficialmente um Ponto de Cultura — o centro cultural de Joaquim Egídio, em 1988. A partir de 1990, com o então secretário de Cultura Célio Turino, foram criadas as Casas de Cultura e o programa de Agentes de Cultura Comunitária, que mais tarde inspirariam a criação do Programa Cultura Viva, implantado nacionalmente em 2004, durante a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura.
Em 2015, o município aprovou a primeira lei municipal inspirada na Cultura Viva, e em 2017 sediou o 1º Encontro Latino-Americano de Cidades pela Cultura Viva, reforçando seu papel como modelo para políticas culturais descentralizadas e em rede.