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Por Mauricio “Mike” Filho – editor@jornaltorpedo.com.br
Grandiosidade do clube reflete 10 anos ininterruptos de atividades focadas na ajuda ao próximo
Nos dias 4, 5, e 6 de julho, o Parque da Uva em Jundiaí foi palco da quinta edição do Bonde Pela Vida do Insanos MC, em atividade há 10 anos e consolidado como o maior motoclube em atividade com 20.000 (vinte mil) integrantes em 2025.
O Evento (sim, com letra maiúscula!) reuniu 80 mil pessoas (mais de 20 mil motos!) e arrecadou mais de 15 toneladas de alimentos que serão doados ao Fundo Social de Solidariedade de Jundiaí
Praça de alimentação, espaço kids, tatuagens, expositores vendendo seus produtos e ou serviços, destaco aqui a presença da Tennessee Harley Davidson, de Campinas, com um estande que contou, inclusive com alguns exemplares da tão sonhada marca, por nós entusiastas do motociclismo.
É um marco histórico para o Insanos MC e para a sociedade como um todo.
Um espetáculo de amor ao próximo, irmandade e inclusão que a cada ano apresenta maior organização e planejamento sempre voltado para a celebração da vida, da saúde mental.
Foram diversos shows com bandas nacionais e regionais (foco principal da minha atuação), finalizando para mim, com as Aranhas Amplificadas que promovem, também, a inclusão, tendo o “Renatinho” como embaixador da banda, criança no TEA (autista) que está sempre presente nos shows. A causa autista é tratada sem tabu e de forma natural. O conhecimento é a maior arma contra o preconceito.
Glauco Chaves, vocalista se utiliza de performances cênicas, com a utilização de máscaras e coreografias em seus shows com as Aranhas Amplificadas.
Essa conotação lúdica e teatral causa aproximação e empatia imediatas com o público e as crianças são presença constante.
No show do Bonde a banda contou com intérprete de Libras, tornando-o ainda mais inclusivo.
E o Insanos, fez a lição de casa.
Com apoio multidisciplinar, a participação da família é incentivada, o trabalho é a base para que se possa interagir e no círculo interno a ajuda é mutua, sempre.
As regras são rígidas, pois o compromisso é forte.
Já se foi a época em que motoclube era apenas um grupo de pessoas que se juntavam para andar de motocicleta. No Insanos,um integrante que esteja disposto a ajudar é mais bem-vindo que alguém que apenas queira rodar e ostentar um colete, que é visto como um “manto sagrado” e só é recebido após um período probatório, por merecimento. Não é para qualquer um. Faz-se necessário acatar e seguir à risca as diretrizes do clube e haver comprometimento.
Fazer o bem, sem olhar a quem
As ações sociais são as principais atividades e estas beneficiam milhares de pessoas, ano após ano. Alimentos, roupas, atendimento multidisciplinar e uma série de outras atividades sempre encorajadas de dentro para fora, os próprios integrantes se cotizam para ajudar.
O rompimento de um paradigma
Lembro-me que quando moleque eu via algumas pessoas vestidas com coletes, andando de motos e pensava que eram baderneiros, pessoas que nos orientavam a não encarar, para evitar problemas. Após meu primeiro contato com um motoclube, em Campinas-SP, em 2003, vi que não. Eram pessoas engajadas, sempre ajudando alguém, mas naquele período era o “andar de moto” o foco principal,
Como não pilotava, o tão sonhado convite nunca chegou.
Num ambiente exclusivamente masculino, as mulheres eram meras coadjuvantes.
Quando a Jundiaí cheguei, conheci um grupo de pessoas, extremante educadas, organizadas, que se reuniam em família em todos os eventos que comecei a cobrir como jornalista especializado em rock, principalmente, nunca presenciei um conflito sequer e percebi que a disciplina e hierarquia eram condições inegociáveis. Fui fazendo amizades e logo o convite para me juntar surgiu.
Com os Insanos, surgiram também as Lokas, motoclube independente, porém, afilhado que conta com organização própria, mas compartilha dos mesmos princípios e ideais do motoclube que as apadrinha. Poderia se afirmar que as Lokas são a versão feminina do Insanos.
De 3 anos para cá, presencio o crescimento vertiginoso do motoclube.
Acredito que estejamos vivenciando uma revolução cultural. Mais do que um gigantesco grupo de motociclistas, somos uma organização da sociedade civil organizada em prol do bem comum. As ações sociais que o Insanos MC promove estão mudando a vida de muitas pessoas. E, agora, em âmbito mundial. São mais de 65 países!
No Insanos, o verdadeiro “Bonde” é composto pelas pessoas e não as motos. Ninguém fica para trás.
A loucura pelo nosso ideal, já nos consumiu!
Sinto-me orgulhoso em poder participar, de alguma forma desta evolução do motoclubismo, vendo pessoas de todos os nichos compondo algo muito maior que um motoclube. PCd´s, caminhoneiros, pessoas que sequer possuem ou sabem pilotar uma moto, mas que colaboram, dentro de suas áreas de especialidade na construção de uma sociedade mehor, mais justa e inclusiva.
Repercussão
Tantas ações já chamaram a atenção do poder público, da mídia e dos empresários. Uma simples reunião mensal de uma divisão, por exemplo, já irá fazer diferença para quem nos recebe. E basta perguntar aos anfitriões de nossa presença, só irá ouvir elogios. Educação, postura, honestidade. Ensinamos pelo exemplo. No Insanos não tem bagunça.
Fiz bastantes fotos e irei atualizar esta matéria ao longo da semana.
Seguem algumas:
